Com o objetivo de dialogar com a sociedade para a revisão programática do PSB, a Autorreforma, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, participou do 8º programa do ciclo de debates sobre a Revolução Brasileira no Século XXI.
Siqueira abriu a live afirmando que é necessário pensar o Brasil como ele é, de acordo com suas potencialidades econômicas, sociais e sustentáveis e, assim, transformá-las em riqueza, essa é uma das propostas da Autorreforma. Entre os temas analisados nesta noite estão a Amazônia 4.0, economia criativa, uberização do trabalho, política industrial e economia verde.
“Temos de deixar de ser um país conveniente aos outros países. A partir de uma nova realidade objetiva, queremos agregar valor, pelos menos a uma parte dos produtos que exportamos, e assim fazer uma melhor distribuição de renda. No futuro, quando essas riquezas finitas não estiverem mais à disposição, nós teremos outras possibilidades”, analisou Siqueira.
Como convidado, o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) elogiou o processo de Autorreforma do PSB e sua “dimensão ética”. Para ele, os políticos e partidos precisam usar sua posição para servir à população.
“Enalteço essa dimensão ética de um projeto socialista que nos move. É a ética de servir às pessoas e de caminhar junto às pessoas. Os políticos precisam ser servidores, comunicar, dialogar, aproximar, aprender, ter humildade e, por isso, é preciso ter espírito democrático”, afirmou.
Dino destacou as transformações estruturais que considera indispensáveis para o desenvolvimento nacional e que estão presentes na Autorreforma. A primeira é a defesa dos direitos humanos. “Não compreendo uma esquerda que não defende direitos. Nós existimos para isso: proteger direitos dos que menos têm. Uma esquerda que é apartada dos invisíveis, dos excluídos, dos esquecidos não cumpre seu papel”, pontuou.
A segunda é o combate às desigualdades por meio da prestação de serviços públicos e sua distribuição de riquezas. Como exemplo, ele citou a criação em sua gestão de uma rede alimentar composta por 55 restaurantes populares no Estado do Maranhão. “Nesse instante, temos 15 mil pessoas jantando a R$ 1 real. Isso é serviço público, Estado funcionando para garantir distribuição de renda e isso também envolve o SUS, escola pública, entre outros”, disse. “É uma política social simples, mas que resulta na melhoria do padrão de vida das pessoas”, completou o governador.
Já o terceiro tema é o trabalho e emprego. Dino defendeu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e as novas formas de trabalho mediadas pela inovação tecnológica. “Somos contra a precarização do trabalho humano, somos contra a escravidão contemporânea, sem direitos a nada”, ressaltou.
Por fim, uma política industrial forte e a economia verde também fazem parte dos pontos defendidos pelo governador para um projeto de desenvolvimento do país. Dino ressaltou ainda que defende a igualdade de direitos de gênero e raça e o combate à qualquer discriminação “sem prejuízo da igual importância” desses temas.
Alinhado com as ideias de Dino, Siqueira explicou que o que o partido está construindo em sua Autorreforma não é uma reindustrialização “à moda dos anos 90”, o que o PSB busca é uma “nova economia que decorre da 4ª Revolução Industrial”.
“Quando falamos em Amazônia 4.0, acreditamos que nosso patrimônio também é econômico. Conhecendo bem os produtos lá produzidos, podemos agregar valor a eles formando uma mão de obra qualificada para que a região se desenvolva e seja ocupada com inteligência”, pontuou.
Participaram também do debate o presidente do Instituto Pensar, Domingos Leonelli, e a coordenadora da Região Sudeste da JSB Nacional, Juliene Silva, sob mediação de James Lewis.
Ao buscar entender como o Brasil elegeu Bolsonaro, Leonelli pontuou uma das autocríticas que o PSB se propôs a fazer: “Considero que a esquerda brasileira ao chegar no governo federal, ao invés de realizar as transformações estruturais necessárias a evolução do Brasil se limitou a administrar o capitalismo com programas e não reformas estruturais, como esquerda, o PSB tem sua participação nisso”.
A representante da JSB Nacional, Juliene Silva, finalizou sua participação relembrando que não é possível falar em revolução sem falar do presidente da República. “A construção de um projeto para o Brasil, que entenda sua revolução e peculiaridade e diminua as desigualdades sociais, só é possível com a alteração do governo federal”.
Autorreforma
Após dois anos de um debate democrático, construído de forma totalmente colaborativa e aperfeiçoado a cada etapa, as 577 teses do Caderno 4 da Autorreforma estarão sintetizadas na proposta de novo programa e manifesto do PSB que será submetida ao Congresso Nacional do partido, previsto para os dias 26, 27 e 28 de novembro de 2021.
Entre 19 de abril e 26 de julho deste ano, a cada quinze dias, acadêmicos, especialistas e representantes de partidos políticos discutirão em encontros virtuais as teses da Autorreforma. As discussões são abertas à participação de qualquer interessado, em cumprimento à proposta do PSB de discutir a reformulação do partido com a sociedade.
Assista a live na íntegra:
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional