O recente ataque do ministro da Educação Abraham Weintraub à China provocou a reação de deputados socialistas, que classificaram o episódio como “desastroso”.
Weintraub postou no Twitter uma declaração na qual ele compara personagens da Turma da Mônica para culpar a China pela pandemia do coronavírus e dizer que o país se fortaleceria pela crise mundial. O post do titular do MEC foi removido, mas gerou uma dura reação da Embaixada da China no Brasil, que o classificou como “racista”.
“Só um governo totalmente irresponsável insistiria numa briga com a China, maior parceiro comercial e maior exportador de testes do coronavírus e de máscaras. Não é hora de palhaçada, Weintraub. Se não quiserem ajudar, pelo menos não atrapalhem”, criticou o líder do partido, deputado Alessandro Molon (RJ).
“Esse movimento que o ministro fez foi desastroso. Mais um na política internacional do governo brasileiro, que já vinha sendo administrada de maneira equivocada pelo próprio ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores)”, afirmou o deputado federal Danilo Cabral (PE).
“O mundo contemporâneo vive o seu maior desafio com a #Covid19 e as nações precisam se ajudar mutuamente para superá-lo. Por isso, destaca-se a importância estratégica da relação com a China, que é o principal parceiro comercial do Brasil, estando na frente inclusive dos Estado Unidos”, criticou o deputado federal João Campos (PE).
“Também é bom lembrar que os chineses possuem um dos maiores centros produtivos de insumos necessários para o combate à pandemia do novo coronavírus. Enquanto isso, o ministro da Educação e o próprio filho do presidente ficam brigando pelas redes sociais com a China. Eles atrapalham a relação entre os países em vez de cumprir com o papel social que lhes caberia: defender o isolamento social e ajudar aqueles que mais precisam. A impressão que eu tenho é que está tudo errado”, concluiu Campos.
Segundo incidente – Este foi o segundo incidente diplomático em pouco mais de um mês com a China. No dia 3 de março, o filho do presidente Jair Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro chegou a comparar o coronavírus com o acidente nuclear de Chernobyl, na Rússia, acusando a China de esconder informações.
Em carta enviada ao embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira repudiou as declarações de Bolsonaro e disse que o Brasil “nada tem a ver com os desatinos” do deputado.
“Tratam-se aqui, sobretudo, de comentários infelizes e equivocados, de autoridade pública, que deveria contribuir de forma efetiva para o encaminhamento de soluções para os desafios agudos que se apresentam à sociedade brasileira”, escreveu Siqueira.
“Estamos certos, por outro lado, de que este episódio lamentável não trará qualquer tipo de mácula para o relacionamento fraterno entre a sociedade civil brasileira e a grande nação chinesa, inclusive porque os governantes passam, mas os povos prevalecem sobre o tempo e as circunstâncias”, disse na carta o presidente do PSB.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional