O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), pediu, em entrevista à CNN Brasil, na última quarta-feira (3), que o presidente Jair Bolsonaro aja com mais rapidez em repassar o apoio financeiro sancionado há uma semana.
O socorro a Estados e municípios é de R$ 60 bilhões e ainda não tem data de pagamento definida. O Estado do Espírito Santo receberá R$ 712 milhões como compensação pelas perdas de arrecadação devido a crise causada pelo coronavírus. Além desse valor, o Estado também deve receber mais R$ 224 milhões para investir em saúde.
“A decisão do governo de repassar para nós R$ 712 milhões serve para gente poder fechar o ano”, disse Casagrande em entrevista à CNN Brasil. “Há uma expectativa muito forte de que o governo federal possa agilizar esse repasse, porque é o governo que tem essa capacidade, de assumir dívida”, declarou.
O governo socialista instalou 650 leitos de UTI exclusivos para Covid-19 no Estado. O governador protesta afirmando que essas ações têm um custo, mas que são essenciais e não podem esperar. “O governo federal tem que ter um pouco mais de agilidade. A gente está vendo essa descoordenação do governo na condução da pandemia”, protestou Casagrande, que foi diagnosticado com Covid-19 no fim do mês de maio.
Isolamento Social
Além das críticas sobre a demora no repasse de verbas, Casagrande também falou sobre a postura imprudente de Bolsonaro quanto às medidas de isolamento social. O governador afirmou que a participação do presidente nas manifestações a favor de seu governo se confunde com as orientações do Ministério da Saúde, que orienta a população com medidas inversas as praticadas pelo presidente.
“Todos os finais de semana o presidente dá demonstrações contrárias àquilo que a gente fala nos nossos Estados, de distanciamento e uso de máscaras. Todo final de semana tem manifestação pró-governo e ele participa de todas. Isso dá sinais totalmente contrários à sociedade brasileira”, disse. “Isso torna nosso fardo aqui nos estados muito mais pesado”, finalizou.