Os horizontes da sociedade contemporânea – especialmente, a brasileira frente aos desafios lançados por estruturas, internacionais e nacionais, injustas e desiguais. Esse foi o tema analisado e discutido na manhã desta segunda-feira (5), em seminário no Rio de Janeiro, promovido pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e a Fundação João Mangabeira (FJM). O encontro teve como debatedores o professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, e o professor titular do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Wilson Cano.
Para Carlos Lessa o que dá saúde a uma economia é ampliar a agressividade no comércio internacional ou desenvolver poderosamente o mercado interno. “Se não houver retomada do investimento na indústria, o país não terá ampliação de capacidade produtiva”, afirmou.
Segundo Wilson Cano, o Brasil precisa formular um projeto nacional de desenvolvimento econômico. Esse tem de considerar a possibilidade de crescimento elevado, mas se centrar na justiça social. É absolutamente prioritário no país redistribuir a renda. Um dos vetores do projeto de crescimento deveria se orientar pela expansão do mercado interno.
Oscilações econômicas
“Com essa economia desregulada, o país fica refém das próprias taxas de juros e refém do capital internacional, para manter um câmbio baixo e com isso represar a inflação. É nisso que se converteu a política macroeconômica. Na verdade, não há metas de desenvolvimento, de crescimento ou de melhoria das condições gerais da população. Há metas de inflação. E todo o restante da política macroeconômica é convertido para garantir a execução das metas de inflação”, disse Wilson Cano.
Socialistas debatem os rumos da economia brasileira e mundial
Crise Econômica Internacional e a Economia do Brasil. Esse foi o eixo das palestras ministradas pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Márcio Porchman e o professor emérito da UFF, economista e cientista político, Theotonio dos Santos na tarde desta segunda-feira (5), em seminário no Rio de Janeiro. O evento foi promovido pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e a Fundação João Mangabeira (FJM).
Para o economista Márcio Porchman, o Brasil tentará enfrentar a crise reforçando o seu mercado interno. “Estamos mais preparados, mas é claro que seremos afetados, não há dúvida, especialmente, por ser uma crise de natureza mais fiscal”, observou.
Porchman afirmou que os países ricos tenderão a apostar mais no mercado externo que no interno, para uma possível recuperação, com isso, o Brasil entrará em uma fase de aprofundamento da competição internacional. “O Brasil tem que se antecipar e buscar na redução da taxa de juros um reposicionamento da moeda e do câmbio, para não sermos tão afetados por uma concorrência desigual por estarmos em uma posição inadequada dos juros e do câmbio”, explicou.
Já o professor, Theotônio dos Santos, defendeu as diversas formas de atuação do Estado na economia e ressaltou a importância do equilíbrio das contas públicas e do controle do déficit fiscal. “A queda da taxa de juros incentivará o investimento no setor produtivo”, argumentou.
“Não se pode ter uma taxa de juros maior do que a taxa de crescimento, pois, se assim for, o que você faz na prática é transferir o investimento da produção para o mercado financeiro”, destacou o cientista político.
José Gomes Temporão e Arthur Moreira Lima filiam-se ao PSB
O ex-ministro da saúde, José Gomes Temporão e o pianista Arthur Moreira Lima filiaram-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) nesta segunda-feira, 5, durante a abertura do seminário nacional “A Crise Econômica Internacional e a Economia do Brasil”, evento que acontece no hotel Rio Othon Palace, na cidade do Rio de Janeiro.
A Cerimônia contou com as presenças do presidente Nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos; do vice-presidente do Partido, Roberto Amaral, do primeiro secretário Nacional da sigla, Carlos Siqueira, da líder socialista na Câmara Federal, deputada Ana Arraes, além de lideranças estaduais e militantes.
Eduardo Campos declarou que as filiações de Jose Gomes Temporão e Arthur Moreira Lima ao PSB são muito importantes para a política brasileira. Segundo o presidente, eles darão mais qualidade ao debate político.
“Estou extremamente emocionado de entrar para o PSB. Quero dizer que neste cenário atual, o partido tem tudo para crescer e atingir os seus nobres objetivos. Sinto-me honrado de fazer parte desta sigla. Farei o que puder para participar junto com todos os companheiros, nos projetos que possam melhorar o Brasil. Realmente aqui é minha casa”, afirmou Arthur Moreira Lima.
José Gomes Temporão disse que a opção pelo PSB foi amadurecida, discutida e tem muito haver com o fato de ter conhecido, enquanto ministro, o trabalho de Eduardo Campos e de outros dirigentes do partido. “Tenho observado de perto a profunda e brilhante transformação que está sendo feita no nordeste brasileiro a partir de uma política clara, corajosa e incisiva. A questão da equidade, liberdade, democracia e igualdade estão muito presentes nessa região. Estou com muita vontade de contribuir para o partido, declarou.
O ex-ministro explicou, ainda, que a saúde é um excepcional campo para o País, pois expressa na sua proeza e contundência as desigualdades e o gigantesco esforço que o Brasil ainda terá que fazer para ser mais justo e igual a todos os brasileiros.
Biografias
José Gomes Temporão
José Gomes Temporão nasceu na freguesia de Merufe, na vila de Monção, no norte de Portugal. Temporão se formou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1977. Especializou-se em Doenças Tropicais na mesma Universidade. Fez mestrado em Saúde Pública na Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz e doutorado em Medicina Social no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em seu currículo, antes de assumir a pasta de Ministro de Estado da Saúde, constam cargos como Secretário de Planejamento do INAMPS, Presidente do INCA (Instituto Nacional do Câncer), Presidente do IVB (Instituto Vital Brazil), Sub-secretário Estadual de Saúde RJ e Sub-secretário Municipal de Saúde RJ.
Arthur Moreira Lima
Considerado uma das mais importantes personalidades da nossa cultura, Arthur Moreira Lima projetou-se internacionalmente no Concurso Chopin de Varsóvia. Laureou-se também nos Concursos de Leeds (Inglaterra) e Tchaikovsky (Moscou). Desde então, Moreira Lima tem feito turnês em todos os continentes, lotando as principais salas de concertos do mundo.
Entre as orquestras e os regentes famosos com quem já se apresentou, estão as Filarmônicas de Leningrado, Moscou, Varsóvia, Sinfônicas de Berlim, Viena, Praga, BBC de Londres, National da França, sob a direção de Kurt Sanderling, KiriIl Kondrashin, Mariss Jansons, Serge Baudo, Jesus Lopez-Cobos, Sir Charles Groves, Vladimir Fedosseyev, Rudolf Barshai…
A crítica mundial o considera extraordinário intérprete do grande repertório romântico e não tem poupado elogios à beleza da sua sonoridade e ao seu grande virtuosismo. Nascido no Rio de Janeiro, Arthur Moreira Lima começou a estudar piano aos seis anos, e já aos nove tocava um concerto de Mozart com a Orquestra Sinfônica Brasileira.