O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), levou ao presidente Lula, na sexta-feira (27), a necessidade de concretizar a reparação pelos danos causados na tragédia de Mariana. Em negociação há sete anos, o acordo de indenização pelo rompimento da barragem do Fundão, que derramou 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos no Rio Doce, é considerado o maior da história.
Segundo Casagrande, que participou da reunião com o presidente e governadores de todos os estados do país, o acordo é uma prioridade da gestão estadual. O contrato pode ser assinado ainda no primeiro semestre de 2023, afirmou.
O governador informou que a coordenação dos pontos a serem acertados ficará a cargo do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). “Mas já está praticamente finalizado, diria que 95%”, relatou.
O rompimento da barragem da Samarco, uma joint-venture entre outras duas mineradoras, a Vale e a BHP Billiton aconteceu em 5 de novembro de 2015.
Um distrito, o de Bento Rodrigues, foi destruído pela lama, que atingiu o rio Doce em todo o seu percurso de Minas até a foz, em Regência, localidade do município de Linhares, no Espírito Santo. O litoral do Estado também foi afetado.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o presidente Lula tem deixado claro que é importante avançar no acordo para que a reparação seja feita o mais rápido possível. “Vamos ouvir os movimentos sociais , aproveitando o trabalho que foi feito até agora por pessoas muito competentes e preparadas”, disse.
Pacote de ações
Na reunião com o presidente Lula, Casagrande tratou ainda do pacote de ações que pretende implantar no Espírito Santo com o apoio do governo federal. Entre as propostas para melhorar áreas de infraestrutura e logística, como a continuidade das obras de duplicação da BR-101, a construção da 3ª Ponte sobre o Rio Doce em Colatina, e a execução das obras do contorno da Serra do Tigre (MG) para a consolidação do Corredor Centro-Leste.
Casagrande ainda defendeu a implantação da Ferrovia EF-118, que vai ligar a Região Metropolitana da Grande Vitória ao Porto do Açu, que fica no município de São João da Barra, no Rio de Janeiro.
Na avaliação do socialista, a via férrea pode ser uma alternativa logística de fundamental importância para o escoamento de cargas originadas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Com informações e Folhapress e Valor Econômico