No primeiro dia de agenda na 26° Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática (COP-26), em Glasgow, na Escócia, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), apresentou as ações do Governo do Estado na área ambiental e o modelo de governança do Consórcio Brasil Verde, que conta com 22 governadores. Casagrande foi eleito, por unanimidade, para presidir a entidade, que será oficializada este mês.
As ações ambientais do Espírito Santo foram apresentadas às entidades não governamentais presentes no Brazil Climate Action Hub. Participaram representantes de instituições, como o SOS Mata Atlântica, Centro Brasil no Clima, Instituto Clima e Sociedade, Fridays For Future e Clima e Sociedade.
Em outra agenda, o socialista foi um dos convidados do evento #Time4MultilevelAction Dialogues, que contou com entes subnacionais (governadores e prefeitos) de vários locais do mundo para formar um consenso sobre ações a fim de influenciar as tomadas de decisão dos respectivos governos nacionais. O evento foi organizado pelo Comitê Internacional para Iniciativas Ambientais Locais (ICLEI).
Em sua fala, o governador do Espírito Santo destacou a importância do Consórcio Brasil Verde para a concretização das metas de redução da emissão de carbono do País. “Organizamos esse consórcio para fazermos o dever de casa. Nós temos que cobrar atuação do Governo Federal, mas os governadores têm suas responsabilidades, tanto com relação à fiscalização do desmatamento, como também para o incentivo ao reflorestamento, desenvolvimento de energias renováveis e o financiamento de projetos de descarbonização”, pontuou.
Casagrande reforçou que há a necessidade de realização desse trabalho para dentro dos governos, com a adoção de programas estaduais de combate às mudanças climáticas. “Nós que assinamos o Race To Zero (Corrida para o Zero) temos um cronograma a seguir. A primeira tarefa é interna, dentro dos governos, pois se quisermos trabalhar para fora, temos que ter credibilidade”, reforçou o capixaba, salientando que os estados podem e devem contribuir para o alcance das metas pelo País.
“O segundo ponto é ajudar o Brasil a alcançar suas metas. O Brasil hoje ficou pelo meio do caminho. Assumiu metas, o que já é ótimo, mas não as alcançou desde que assumiu na Conferência de Paris. Para alcançarmos as metas de Paris, precisamos reduzir as emissões em 57% até 2030. Precisamos ter mais audácia e para isso tínhamos que diminuir mais de 60% de emissões. Só de zerar o desmatamento, a gente ultrapassa a meta. E o Consórcio Brasil Verde tem o papel de ser mais uma voz nesse debate”, disse.
Ações ambientais do Espírito Santo – Nos dois eventos, Casagrande apresentou as ações realizadas no Espírito Santo, como o Programa Estadual de Mudanças Climáticas. “Agora estamos construindo o Plano Estadual em debate com a sociedade capixaba. Temos programas importantes de reflorestamento, o Reflorestar, que acompanha 285 mil hectares de regeneração de floresta. Temos ainda outros programas de energia limpa, saneamento, energia renovável, além de obras de adaptação e o Centro de Serviço de Monitoramento de Desastres Naturais”, citou.
O presidente do Centro Brasil no Clima, Guilherme Syrkis, articulador do primeiro evento do dia e do movimento Governadores pelo Clima, que deu origem ao Consórcio Brasil Verde, falou sobre a importância desse debate. “Meu pai, Alfredo, quem puxou o Governadores pelo Clima e infelizmente nós o perdemos em um trágico acidente. Agora tenho uma missão grande, que é poder trazer essa mensagem firme de que os governadores estão comprometidos com a agenda climática e que retomam a liderança do País. O mercado de carbono vai gerar milhões para o Brasil e é fundamental regulamentar essa questão”, declarou.
Com informações do Governo do Espírito Santo