O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), anunciou a publicação nesta terça-feira (11) do edital para a seleção da empresa que irá gerir, inicialmente, R$ 250 milhões em investimentos de capital de risco do fundo soberano do Estado. O investimento será aplicado em segmentos que vão desde os mais tradicionais, como confecção, têxtil e calçados, até varejo, economia criativa e nanotecnologia.
Com objetivo de estimular inovação e desenvolvimento, o fundo é alimentado com receitas de royalties e participações de petróleo. O edital para selecionar a gestora privada que irá gerir o Fundo Exclusivo de Investimento em Participantes (FIP) será divulgado hoje (11).
“Inovação na gestão pública, responsabilidade fiscal, geração de emprego, visão de futuro e riqueza infinita. Hoje, publicaremos o edital para a seleção da empresa que irá gerir o Fundo Soberano. Esse é mais um passo definitivo para o desenvolvimento do ES”, publicou Casagrande em suas redes sociais
Dentro de 60 dias a empresa que fará a gestão deverá estar definida e a partir daí já devem se iniciar os trabalhos de prospecção para investimentos. A seleção da gestora do FIP será feita por regulamento e critérios aprovados pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), que operacionaliza o fundo soberano. A gestora privada que será selecionada na chamada pública para administrar o FIP terá contrato de dez anos, prazo prorrogável por mais dois anos.
“Quisemos ser conservadores neste momento em que pela primeira vez temos no país um fundo nesse volume com origem em recursos públicos. A ideia é captar todas as oportunidades possíveis que surgirem para o Estado”, diz Casagrande. Com o tempo, diz, como haverá mais recursos, será possível fazer novas chamadas específicas para incentivar determinados setores. Segundo o governador, o FIP atuará integralmente na modalidade “venture capital”, em que o investimento é feito em empresas de até médio porte, em negócios novos, com potencial de crescimento e retorno rápido.
O FIP terá patrimônio inicial de R$ 250 milhões e poderá alcançar R$ 500 milhões em recursos nos próximos anos, segundo o governo capixaba. Esse fundo deve investir preferencialmente em empresas que tenham a sua atividade principal voltada para a inovação ou aperfeiçoamento do ambiente produtivo ou social em setores como tecnologias da informação e comunicação, nanotecnologia; varejo e comércio eletrônico, economia criativa, serviços financeiros, economia digital, educação, saúde e ciências da vida, energias renováveis, químico e materiais, meio ambiente, agronegócio, metalmecânico, transporte, logística, rochas ornamentais, economia do turismo e lazer, além de madeira e móveis, confecção, têxtil e calçados.
Fundo Soberano
Criado em 2019 e sob o comando de um conselho gestor, hoje o fundo soberano tem 40% de seus recursos destinados à poupança. O restante dos recursos vai para investimentos que possam resultar em receitas e empregos para o Estado. “Essa será a primeira chamada para a utilização dos 60%”, diz Casagrande. De 2023 a 2026, a parcela para empreendimentos do fundo soberano sobe para 70% e a partir de 2027 alcançará os 80%.
O fundo soberano recebe mensalmente 40% da receita do governo capixaba em royalties do petróleo. Além disso, 15% do valor das participações especiais – compensações financeiras pagas nos casos de campos petrolíferos com grande volume de produção ou de grande rentabilidade – é depositado a cada três meses.
A criação do FIP integra o Plano Espírito Santo – Convivência Consciente, que envolve um conjunto de ações do setor público – governos federal e estadual – e privado para reduzir os impactos da pandemia no Estado. O governo capixaba deve começar a concentrar em um site específico todas as informações do plano e os indicadores econômicos para monitoramento das medidas.
Com informações do Valor Econômico