O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, abonou a ficha de filiação do ex-ministro Edson Santos, nesta quinta-feira (13), na sede nacional, em Brasília, com transmissão pelas redes sociais do partido.
Edson é um sociólogo carioca que entrou para a política partidária em 1985 e desempenhou importante papel nas lutas por igualdade racial e direitos humanos.
Ao assinar a filiação, Siqueira expôs sua gratidão por Edson poder contribuir com o processo da Autorreforma do PSB e comentou a importante tarefa do ex-ministro em preparar sua candidatura a deputado federal pelo Estado do Rio.
“Conte inteiramente com o apoio do partido nesse processo eleitoral, temos certeza de que representará o PSB e os nossos ideais muito bem, como já representou o interesse da população carioca em outros momentos. Você entra no partido quando estamos atualizando nosso programa partidário, nos tornando cada vez mais próximos das causas populares. Pra isso, precisamos atrair pessoas que queriam participar dessa luta, que não é simples “, frisou o presidente.
Na cerimônia, Edson resumiu sua trajetória, contou sobre sua origem, expectativas e se colocou à disposição do PSB e dos segmentos sociais, em especial, da Negritude Socialista.
“Vou contribuir, dentro das minhas possibilidades, para o fortalecimento do PSB, seja enquanto uma força política vigorosa, em particular no Rio, ajudando a construir base política com homens e mulheres do nosso povo, seja com aquilo que eu penso ser o grande desafio da esquerda no Brasil: Construir um programa adequado à nossa realidade e que aponte para transformações em direção à democracia e combate à desigualdade.”
O político relembrou aos presentes, e a todos que assistiam à transmissão, que a data de hoje, 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura no Brasil, é um marco simbólico na luta negra por cidadania e um dia de reflexão.
“A questão central é que fomos o último país a abolir a escravidão nas Américas, não tivemos um processo de inclusão, condição que permanece até hoje. Medidas compensatórias e afirmativas visam corrigir essa mácula, esse é um dos exemplos dos desafios que temos. Minha contribuição vai na direção de um projeto nacional inclusivo, onde nosso povo tem sua autoestima elevada do ponto de vista que o Estado lhe ofereça as condições materiais que garantam condições mínimas de igualdade.”, analisou.
O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) relembrou que Edson veio do movimento social e da luta popular, tendo iniciado sua trajetória política como presidente do Conselho de Moradores da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, cargo que ocupou por 10 anos e como vereador teve papel fundamental ao fazer a cidade ser a primeira a homenagear outra data memorável para o movimento negro, o Dia de Zumbi dos Palmares.
“Edson chega quando nos preparamos para ter um novo projeto para o país, um novo programa partidário, uma visão atualizada e fiel aos princípios que fundaram o partido. O PSB não é daqueles partidos que querem mudar seu nome ou esconder o que é, nós queremos reafirmar o que somos e temos muita identificação com sua luta”, afirmou Molon.
O vice-presidente nacional de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque, reiterou a importância para o partido da participação de Edson Santos na luta antirracismo.
“As chagas construídas durante 350 anos não foram, evidentemente, cicatrizadas dada a extensão do que isso provocou na sociedade brasileira. Isso vale para os povos indígenas e todos os povos originários, fundamentalmente aos negros e negras do nosso país. Acredito que as políticas compensatórias são um caminho importante, mitigadores, transformadores, mas nós precisamos lutar por mudanças estruturais, definitivas”, explicou.
Para Beto não há outro caminho para redimir um passado de “tragédias, desrespeito, desconsideração e preconceito” que não seja o da educação. “É por esse caminho que asseguraremos a participação dos que estão excluídos”.
Também participaram presencialmente do evento o secretário nacional do Movimento Popular Socialista, Acilino Ribeiro, a secretária Nacional da Negritude Socialista do PSB, Valneide Nascimento, o deputado federal Odorico Monteiro (PSB-CE), o vice-presidente da Fundação João Mangabeira, Alexandre Navarro e o secretário Nacional da Sindical Socialista Joílson Cardoso, além de representantes de outros segmentos do Partido.
Trajetória
Nascido em 1954, Edson Santos entrou para a política filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em 1985. Transferiu-se para o PT em 1994, por onde foi deputado federal pelo Estado do Rio. Durante sua carreira foi vereador, sendo eleito vice-presidente da Câmara do Rio, deputado federal em 2006 e reeleito em 2010. Entre 2008 e 2010, Edson foi ministro chefe da secretaria de políticas da promoção da igualdade racial no governo do presidente Lula.