A bancada do PSB na Câmara apresentou um requerimento para instaurar uma comissão externa destinada a acompanhar as investigações da morte do congolês Moïse Kabagambe. O imigrante foi assassinado por espancamento no último dia 24 de janeiro, em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, após cobrar receber R$ 200 em salários atrasados.
Moïse estava entre as mais de 50 mil pessoas que foram reconhecidas como refugiados políticos entre 2011 e 2020 no Brasil. São pessoas que fugiram de conflitos armados ou violações de direitos humanos no país natal. Mais de mil gongoleses fazem parte do grupo.
“O caso Moïse revela as veias profundas do Brasil que nunca superou a escravidão e a segregação do povo preto. Mais do que trazer Justiça para a família de Moïse, queremos trazer algum tipo de reparação para os imigrantes e o povo preto, que sofre diariamente com preconceito, com discriminação e violência”, afirma o líder da bancada do PSB, Bira do Pindaré.
De acordo com laudo do Instituto Médico Legal, o congolês sofreu traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, e agonizou por dez minutos antes de morrer.
“Estamos diante de mais uma morte violenta, contra uma pessoa negra, como a morte brutal de João Alberto Silveira Freitas, no supermercado Carrefour, em Porto Alegre, que motivou a constituição de uma Comissão Externa da Câmara dos Deputados, em 2020”, argumentou o parlamentar ao requerer a comissão.
Com informações do Congresso em Foco