O advogado Acilino Ribeiro é o novo secretário nacional do Movimento Popular Socialista (MPS) do PSB. Eleito durante o 14º Congresso Nacional do partido, Acilino tem como um de seus principais desafios ampliar e fortalecer a base social organizada do partido com a criação de núcleos de norte a sul do país.
Atual subsecretário de Estado dos Movimentos Sociais e Participação Popular do Governo do Distrito Federal, Acilino afirma que esse desafio parte da consolidação dos atuais 16 núcleos de base do segmento para alcançar a meta de 1 mil núcleos espalhados pelo país.
Segundo ele, os núcleos de base serão a “principal força orgânica” do segmento e a “vanguarda popular do PSB” para a formação de quadros socialistas.
Natural do Piauí, preso duas vezes pelo regime militar e exilado no exterior, no início dos anos 80, Acilino organizou manifestações e grupos de resistência que chegaram a atuar no Nordeste para defender camponeses e populações urbanas excluídas.
O secretário do MPS disse que pretende oferecer a sua experiência à militância do segmento para praticar o ‘midiativismo’, como ele define a forma de fazer política que se baseia na combatividade do militante histórico e clássico das lutas sociais combinada com o uso dos meios criados pela nova revolução tecnológica. “Nós continuamos acreditando na utopia de que é possível e necessário construir um mundo melhor para todos”, afirma.
Com base nessa utopia, Acilino conclama a militância socialista a ir às ruas para continuar a resistir à agenda de privatizações e de retirada de direitos no país. “A venda da Eletrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, da Petrobras é um crime de lesa pátria e, por isso, precisamos lutar contra ela”, afirma.
A grande tarefa dos militantes do MPS neste momento, afirma Acilino, é contribuir para a reconquista do poder, pela luta institucional, para a reconstrução do Estado democrático de direito, em um governo popular e socialista.
– Quantos filiados integram o MPS?
O MPS reúne entre 2 mil e 2,5 mil militantes organizados em todo o território nacional. Estamos organizados em 24 Estados e no Distrito Federal. As exceções são Paraná e Rondônia que terão comissões provisórias em 45 dias. Temos uma média de 50 a 100 militantes em cada estado, exceto em Pernambuco, Maranhão e no Distrito Federal, onde esse número é maior.
– Quais estratégias estão previstas para o fortalecimento do segmento?
Com base em um plano de metas, faremos uma reestruturação em alguns estados nos quais o MPS ainda é embrionário. Nos estados onde há comissão provisória, esta deverá ser transformada em definitiva dentro de um prazo de 120 dias. Com a vontade dos companheiros de luta, o segmento irá se fortalecer muito. Iremos realizar também um grande encontro nacional.
– Quais os compromissos do MPS e que setores mobiliza?
Dentro dos segmentos sociais do PSB, o MPS é o mais abrangente. O MPS congrega entre 35 a 50 setores populares da sociedade brasileira. Nós coordenamos as atividades e a inserção de pessoas em movimentos comunitário, ambiental, cultural, esportivo, de idosos, defesa do consumidor, bancos, cooperativas comunitárias, imigrantes e refugiados, comunidades religiosas, ‘midiativistas’, sem terra, sem teto, novos movimentos sociais, coletivos, redes, dentre outros. Tudo isso é abrangido pelo trabalho do MPS, e é por essa razão que, como primeiro ato da nossa gestão, vamos defender a ampliação e a construção dos núcleos de base, que serão a principal força orgânica do segmento nesta gestão.
– Como o segmento pretende ampliar e consolidar seus núcleos de base nos estados?
Aproveitando a vinda dos 115 delegados do segmento ao Congresso Nacional, elegemos 16 coordenações dos núcleos de base. Isso é uma coisa que nunca foi feita. O MPS é o primeiro segmento a constituir legal e legitimamente esses núcleos. Cada um deles tem um coordenador, um sub-coordenador e um assistente de base. Esses núcleos irão se reproduzir nos estados e, consequentemente, em nível nacional, num esforço de alcançar o desafio de fazer do PSB o maior partido de massa desse país, com o MPS nas ruas e nas redes, o que chamamos de ‘midiativismo’.
A iniciativa dos núcleos de base é das coordenações estaduais?
Isso começa em nível nacional. Cada segmento deve designar as suas coordenações nacionais de núcleos de base, que serão organizados a partir das cidades ou por setores de moradia, escola, sindicato. Mas as direções estaduais do PSB também podem organizá-los e devem fazê-lo. Exceto Pernambuco, que têm uma excelente experiência iniciada pelo próprio companheiro Eduardo Campos, quando assumiu a direção do partido no estado, e o Amapá, com o companheiro Capiberibe, não tenho informação de que os demais Estados tenham tido a iniciativa de formar esses núcleos.
O que você chama de ‘midiativismo’?
O ‘midiativismo’ é uma forma de fazer política que se baseia na combatividade do militante histórico e clássico das lutas sociais somada ao uso dos meios criados pela nova revolução tecnológica, muito eficientes para atuar e mobilizar a sociedade. Nós continuamos acreditando na utopia de que é possível e necessário construir um mundo melhor para todos.
Por que, na sua opinião, em 2013 o país vivenciou grandes manifestações, o que se repetiu em menor escala com o advento do impeachment de Dilma Rousseff. E agora, com Temer, isso não se repete?
O povo brasileiro tem que ir às ruas protestar. Muitos foram às ruas em 2013 financiados por organizações e com o apoio de partidos políticos de direita. E nós temos que resistir a isso. Todos conhecem o meu passado de luta, a minha história. Eu assumi a função de secretário nacional do Movimento Popular do PSB não para ser mais um, para sentar às reuniões da Executiva Nacional do partido, ou para concordar com isso, ou aplaudir aquilo. Não, eu assumi para ajudar os meus companheiros a defender a soberania nacional, para transformar o PSB no maior partido de massa desse país, para ir às ruas, fazer a luta institucional, estar presente no Parlamento e junto aos governos.
Como o MPS pode contribuir para a formação em governos socialistas?
O MPS vai contribuir para a formação do programa de governo do PSB em políticas públicas. Vamos discutir isso em um seminário sobre política de organização, de comunicação, que são políticas partidárias, e também políticas públicas para as áreas da saúde, educação, cidades, transporte. O MPS é a vanguarda popular do PSB, e o partido tem que ter lideranças para disputar eleições e quadros para assumir o poder, e queremos contribuir para isso.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional