Foto: Humberto Pradera

“A convocação de qualquer ato pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) é um atentado à democracia”, reagiu nesta quarta-feira (26), o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, diante do vídeo distribuído pelo presidente Jair Bolsonaro a seus contatos, por Whatsapp, em que conclama apoiadores a participarem de manifestação pró-governo e contra o Parlamento no dia 15 de março.

Em suas redes sociais, Siqueira disse: “O momento é de união de todos os democratas contra qualquer ameaça autoritária. Devemos nos unir para assegurar o pleno funcionamento das instituições democráticas e as garantias expressas na Constituição.”

Sobre a alegação de Bolsonaro de que sua mensagem era de “cunho pessoal”, Siqueira afirmou que “pelo cargo que exerce, é impossível a um presidente da República separar sua ação política da pessoal, principalmente, quando se refere a um tema tão sério, contrário à democracia”.

E acrescentou: “Melhor seria que obedecesse a Constituição que jurou respeitar”.

Na opinião do socialista, o país carece de uma “condução responsável e eficaz em favor do emprego, de alimentação, da educação, da saúde e de melhorias de vida que garantam dignidade à população, além do indispensável desenvolvimento econômico”.

“Essa é a responsabilidade de quem tem compromisso com o Brasil”, cobrou Carlos Siqueira.

Reação de lideranças da Oposição e do PSB

A convocação de Jair Bolsonaro para as manifestações contra o Congresso Nacional provocou reações de lideranças socialistas do PSB.

O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), propôs aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, e a outros líderes partidários que se reúnam para discutir ações diante da iniciativa do presidente da República e de integrantes de seu governo.

“Temos que parar Bolsonaro. Basta. As forças democráticas deste país têm que se unir agora. É inadiável uma reunião de forças contra esse poder autoritário. Ou defendemos a democracia agora ou não teremos mais nada para defender em breve”, disse Molon.

Na opinião do líder da oposição, por não conseguir resolver os problemas do país e se ver isolado, Bolsonaro apela ao autoritarismo. “Ao não encontrar soluções para o país, ao se sentir sozinho, isolado e frágil, Bolsonaro apela ao que todos temíamos: a um ato autoritário contra a própria democracia. Não dá mais. Esses absurdos, exageros e atropelos têm que parar agora”, defendeu.

Em nota, o líder da bancada do PSB na Câmara, Tadeu Alencar, considera “extremamente grave” a atitude do presidente da República de convocar a população a manifestações coordenadas por “grupos extremistas que pregam – em manifesta afronta à Constituição – o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.”

Para Alencar, “ao se permitir tamanho ataque à democracia, que não prescinde do funcionamento independente e harmônico dos Poderes, o presidente Bolsonaro demonstra um desprezo pelas instituições que não pode passar em vão”.

O líder socialista defende “enérgica resposta do Parlamento, da Suprema Corte, mas, em especial, da sociedade, que há muito tem minimizado os arroubos autoritários de quem jurou, mas esqueceu rápido, defender a ordem democrática”.

“Se claudica nesse dever fundamental, deve ser chamado à responsabilidade. O presidente brinca com fogo; os democratas de todos os colores não devemos permiti-lo, sob pena de grave omissão histórica”, conclui a nota da bancada socialista.

Assessoria de Comunicação/PSB Nacional