Para contribuir com a renovação da política, o PSB aposta em jovens que se candidatam pela primeira vez a um cargo eletivo.
Integrantes da Juventude Socialista Brasileira (JSB) e participantes de movimentos de renovação, eles concorrem a mandatos de deputado federal e estadual em todo o país.
Segundo o presidente nacional da JSB, Tony Sechi, 27 anos, essas candidaturas são resultado de esforço do partido para que a juventude ocupe cada vez mais espaços de poder.
“O PSB abre as portas para a juventude, que é uma das bases importantes do partido. Muitos quadros socialistas que hoje ocupam espaços no poder público iniciaram sua militância na Juventude”, afirma.”Nosso partido não tem juventude somente para cumprir com o rito partidário. Somos atuantes”, declara.
Veja abaixo os perfis e o que pensam sobre o futuro da política alguns dos candidatos que integram a JSB ou movimentos de renovação:
Mudança cultural
Natural de Porto Alegre, Tony Sechi é uma das mais destacadas lideranças jovens de Pelotas, onde iniciou sua militância e mantém trajetória política. Ele integra a Executiva Nacional do PSB e é candidato a deputado federal no Estado.
O socialista acredita que somente uma “mudança de postura” dos eleitores e de políticos será capaz de romper com práticas enraizadas na “velha política”.
Na avaliação do presidente da JSB, para reverter o atual quadro da política nacional, é necessário que os políticos dêem maior transparência ao que fazem e promovam a participação popular em seus mandatos, o que é cada vez mais possível com a ascensão da internet e das novas tecnologias.
“As boas práticas e ideias devem servir de exemplo, principalmente aquelas que aproximam representados e representantes”, afirma, citando como exemplo políticos que promovem debates e consultas à população via aplicativos de celular e redes sociais.
Inovação
Um dos mais jovens do partido a disputar uma vaga para a Câmara dos Deputados, Israel Rocha, 22 anos, lançou um aplicativo que permite ao eleitor opinar sobre os rumos de sua candidatura na corrida eleitoral.
Como em um game, quem participa e interage pelo app ganha maior número de pontos e, como “prêmio”, ganha em influência sobre a candidatura.
“No aplicativo promovemos desafios pra fazer audiências públicas nas cidades e nas escolas sobre temas relevantes. As pessoas que têm mais pontuação vão tomando mais decisões”, explica Israel.
Natural de Florianópolis (SC) e fundador no Brasil da organização internacional Youth for Human Rights Internacional (Juventude pelos Direitos Humanos), Israel diz que, se eleito, vai manter o aplicativo em funcionamento durante o exercício do mandato.
“Estamos pensando em mandatos abertos, transparentes, de accontability. Acho que tudo o que tem de novo nós temos que trazer para a política”, defende.
O socialista é fundador do projeto Líderes do Amanhã, organização sem fins lucrativos que prepara jovens para serem líderes no mercado de trabalho, no terceiro setor ou na administração pública.
Brasil oficial x Brasil real
“Não vou fazer promessas infundadas, mas propostas exequíveis”, afirma João Suassuna, 32 anos, candidato a deputado estadual por Pernambuco. Neto de Ariano Suassuna, presidente de honra do PSB, João diz que, se eleito, irá se dedicar ao Estado como um todo, do sertão ao litoral, e ouvir todos segmentos da população pernambucana, sem distinção.
Graduado em Direito e História e ex-secretário da Criança e Juventude no Governo de Pernambuco, João quer lutar por educação pública de qualidade, desde a primeira infância, pelo lazer, esporte, cultura e qualificação de jovens e crianças.
Para João Suassuna, o desafio da política é aproximar o “Brasil oficial” do “Brasil real”. “Como dizia meu avô, mestre e amigo, Ariano Suassuna, sou um realista esperançoso, sou um homem de esperança, e o sonho é o que nos move para frente”. “Compromisso social é o que está faltando à classe política”, diz.
“Tenho grande orgulho de ser do PSB, partido que tem 70 anos de história de respeito à justiça, à liberdade e a democracia. O PSB é um partido cujos quadros ingressam no poder público com vontade de servir as pessoas”, declara.
Evolução
Para a economista Lia Lopes, 31 anos, os partidos que resistem a mudanças não são capazes de formar novos líderes. “Muitas siglas veem a renovação com uma ameaça ao poder. O que não é o caso do PSB, que, na minha visão, tem dado abertura a vários mecanismos de inovação na política, como é o caso dos mandatos coletivos”, afirma.
Lia é fundadora do curso pré-vestibular Carolina de Jesus, voltado para mulheres negras e pobres em São Paulo, seu estado de origem. Na opinião dela, a renovação na política passa por um lento processo de evolução.
Ativista das causas de jovens, negros e mulheres, Lia diz que quer ser uma das vozes desses segmentos da população no Congresso.
“Depois da posse do presidente Temer, o processo conservador avançou no Congresso Nacional, levando retrocesso a essas agendas”, afirma a paulista que, na infância, vendia doces nas ruas e nos terminais de ônibus para ajudar na renda familiar.
Mandatos coletivos
Se eleito, o engenheiro de produção Felipe Rigoni, 27 anos, será o primeiro deputado federal cego da história. Mestre em Políticas Públicas pela Oxford e coaching em desenvolvimento Humano, Rigoni diz que irá adotar o modelo de ‘mandato coletivo’ ou ‘participativo’.
“Vou convidar um total de 100 instituições nacionais e do Espírito Santo para fazer parte de um conselho parlamentar, que será responsável por definir, junto comigo, quantas e quais serão minhas emendas, como votar em determinada PEC, por exemplo”, explica.
O socialista, que perdeu totalmente a visão aos 15 anos de idade, classifica a oxigenação na política em um tripé: renovação de práticas, princípios e pessoas em partidos e mandatos.
“É necessário que os partidos tenham uma atitude séria e compromissada com as pessoas que são representantes da renovação. É o que está acontecendo no PSB, e estamos muito felizes com isso”, elogia.
Natural do Espírito Santo, Rigoni terá entre suas bandeiras no Congresso a igualdade de oportunidades, a eficiência no governo e investimento em educação.”É preciso propiciar às pessoas um ambiente que proporcione recursos e oportunidades para que elas tenham suporte e opção de escolha”, diz.
Protagonismo e liderança
Para o engenheiro mecânico de Barra Mansa, no Rio de Janeiro, Marcus Rodrigues, de 25 anos, a atual juventude do país carece de autoconhecimento e de propósitos. “Os jovens precisam aprender a se comunicar, a se relacionar com as pessoas e a ter protagonismo”, acredita.
Ele é co-fundador da Soul, uma escola de habilidades humanas que já levou treinamento e workshops a milhares de pessoas em todo Brasil sobre autoconhecimento, relacionamento, liderança e comunicação.
“Todas essas habilidades estão relacionadas com a política. Uma grande distorção da política é justamente a falta de senso de propósito, de servir, de habilidade em se comunicar, de se relacionar e saber lidar com conflitos e com a diferença”, diz.
Combate a privilégios
Lázaro Cruz, 31 anos, decidiu se filiar ao PSB depois de assistir a uma palestra, em 2007, do então governador de Pernambuco e presidente do partido, Eduardo Campos. “Naquele dia, as palavras de Eduardo Campos mexeram com os meus sonhos e foram ao encontro do que eu acredito como política”, disse.
Ex-presidente da JSB, onde iniciou a sua militância partidária, Lázaro foi um dos colaboradores da reestruturação da Universidade Estadual do Tocantins quando integrou a União Nacional dos Estudantes. Presidente Nacional da Juventude do PSB, Lázaro defende a universalização do o acesso ao ensino superior.
É a primeira vez que ele concorre a um mandato eleitivo. “Estamos vivendo uma grave crise de representação. A renovação na política é um anseio da sociedade, que busca por novos líderes, mas, acima de tudo, novas práticas”, afirma.
Se eleito, Lázaro diz que irá combater os privilégios da classe política e exercerá um mandato transparente. “A gente vai para a eleição com muitas condições de vencer e espero representar bem o Partido Socialistas Brasileiro para dar muito orgulho a essa bandeira que tanto me inspira”, declara.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional