O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, lamentou nesta sexta-feira (22), a morte do ex-governador da Bahia e ex-ministro Waldir Pires.
“Ao longo de sua brilhante, proba e combativa carreira política, Waldir Pires prestou os mais altos serviços à redemocratização do Brasil”, afirmou o socialista em carta dirigida à família do ex-ministro.
“Os sonhos que brasileiros como Waldir Pires inspiraram, na busca de justiça social, democracia, equidade na distribuição de oportunidades, superação da pobreza, nos servem e servirão de estímulo, de estandartes”, assinalou.
Para o presidente do PSB, “não se pode construir um futuro sólido sem exemplos ou referências; sem os passos já trilhados por aqueles que se encarregam de abrir os caminhos, quando os tempos são difíceis ou desfavoráveis”, referindo-se ao ex-governador (acesse aqui a íntegra da carta).
Aos 91 anos, Waldir Pires estava internado no Hospital da Bahia, desde a noite de quinta-feira (21), com um quadro de pneumonia e, por volta de 10h desta sexta, teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
Waldir foi um dos quadros políticos mais destacados da esquerda brasileira, desempenhando funções importantes em governos progressistas. Tornou-se um símbolo da resistência democrática contra o regime militar.
Trajetória
Waldir Pires nasceu na cidade de Acajutiba, no interior da Bahia, em 21 de outubro de 1926. Formou-se em Direito e liderou o Movimento Antinazista na União dos Estudantes da Bahia.
Foi deputado estadual (1955-1958) e deputado federal pela primeira vez em 1959. No governo João Goulart, entre 1963 e 1964, exerceu a função de consultor-geral da União, responsável pelas análises e pareceres da juridicidade e da constitucionalidade.
Em 31 de março de 1964, com a eclosão do golpe militar, exercia este cargo no governo e foi, juntamente com o antropólogo Darcy Ribeiro, o último membro a sair do Palácio do Planalto a pedido do presidente, para tentar garantir o respeito à Constituição.
Incluído na primeira lista de cassados e perseguidos pela ditadura, já no dia 4 de abril daquele ano exilou-se no Uruguai e depois na França. Retornou ao Brasil em 1970, mas só recuperou os direitos políticos com a anistia, em 1979. Entre 1985 e 1986, Pires foi ministro da Previdência no governo José Sarney.
Em 1986, foi eleito governador da Bahia e permaneceu no cargo até 1989, quando desincompatibilizou-se para ser vice na chapa de Ulysses Guimarães (PMDB) à Presidência da República.
Foi deputado federal entre 1991 e 1994 e de 1998 a 2002. No governo Lula, em 2003, foi nomeado ministro da Controladoria-Geral da União, sendo o idealizador do Portal da Transparência. Também comandou o Ministério da Defesa (2006-2007).
Em 2008, Waldir foi condecorado com o título de Cidadão Benemérito da Liberdade e da Justiça Social João Mangabeira, concedido a brasileiros reconhecidamente dedicados às causas nobres, humanas e sociais que tenham resultado no desenvolvimento político e socioeconômico do Brasil, melhorando significativamente a vida das pessoas.
Em 2012, aos 85 anos, foi eleito vereador em Salvador, cumprindo mandato até 2016, quando saiu oficialmente da vida pública.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Folha de S. Paulo e portal G1