O Brasil está vivendo uma soma de crises – sanitária, política, econômica, social e ambiental – sob o governo de um dos mais irresponsáveis líderes que já ocupou a presidência da República. Esta é a opinião do deputado federal e líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon, que participou da live “Janelas Temáticas”, nesta quinta-feira (30).
O debate foi promovido pelo PSB, PDT, Rede, PV e Cidadania e contou com a mediação do médico sanitarista Eduardo Jorge (PV), além da participação do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, dos prefeitos de Vitória e de Fortaleza, Luciano Rezende (Cidadania) e Roberto Cláudio (PDT), respectivamente, e da deputada federal Joênia Wapichana (Rede).
Representando o PSB, Molon afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tem se orientado pelo obscurantismo, pelo negacionismo da crise sanitária, negando a gravidade da pandemia e colocando em dúvida o papel da Ciência.
“Ele foge da sua responsabilidade objetiva. Quando é questionado pelo número de mortes da Covid, transfere a responsabilidade para prefeitos e governadores, o que é uma covardia. E ele cometeu a irresponsabilidade de demitir dois ministros da Saúde, médicos, só porque se recusaram a dizer o que ele queria, que era desacreditar o distanciamento social e receitar um remédio sem eficácia comprovada”, explicou.
Atualmente, o Ministério da Saúde tem o general Eduardo Pazuello a frente de seu comando. Sem formação na área da saúde, o militar está como ministro interino há mais de dois meses. “É inaceitável que o Ministério seja administrado por um general que não tem experiência na área e que é interino por tanto tempo”, criticou.
Molon afirmou que a pandemia vem agravando “chagas históricas” do Brasil. “Para nós do PSB, a desigualdade é o principal problema do país, aprofundada numa situação de crise como essa. Então, isso prejudica a educação daqueles que não podem ter acesso a aulas online, dificulta o acesso ao emprego e à renda, prejudica ou mesmo impede o acesso a leitos hospitalares, remédios, tratamentos, enfim, essa desigualdade que já é brutal só se agrava nesse momento”.
O líder socialista ainda destacou que 71% dos recursos que deveriam ser executados no combate à Covid-19 foram retidos nos cofres públicos.
Por este motivo, o PSB ingressou com um requerimento de informações no Tribunal de Contas da União (TCU) para garantir a transparência das informações e dados referentes ao enfrentamento da pandemia no país.
O partido também solicitou a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para cobrar a responsabilidade dessa não-execução de recursos.
Segundo Molon, Bolsonaro tenta praticar um genocídio contra os indígenas ao não dar a devida atenção e suporte a esses povos espalhados pelo Brasil. “Não se trata apenas de negligência, de descuido, de imprudência. Trata-se de algo mais grave do que isso que é uma atitude dolosa que está matando dezenas de milhares de indígenas e brasileiros”, disse.
Ao final do debate, o socialista defendeu a unidade entre os partidos e a criação de frentes amplas em defesa da democracia, da sociedade brasileira e da saúde de seus cidadãos para enfrentar a crise causada pelo novo coronavírus.
“Esse é um momento dramático que exige de nós essa união. Nossos partidos são diferentes, nossas visões são diferentes, mas temos coisas em comum, muito mais do que aquelas que nos separam. E estamos sendo capazes de mostrar, nesse debate, que temos grandeza de nos unir em prol do país”.
Nesta quinta, há mais de 91 mil mortes e mais de 2,6 milhões de casos confirmados de Covid-19 no Brasil, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde e balanço em tempo real da universidade norte-americana Johns Hopkins, respectivamente.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional