Com críticas aos desmandos do governo Bolsonaro e uma homenagem ao Sistema Único de Saúde (SUS), a segunda edição do movimento Janelas Pela Democracia – Impeachment Já foi mais um grito contra o autoritarismo e os retrocessos no país.
O ato virtual foi transmitido, nesta quinta-feira (18), pelas redes sociais do PSB, PDT, Rede, PV e Cidadania, partidos à frente do movimento, e por mais 60 páginas de lideranças, organizações e lideranças políticas e sociais.
O movimento ganhou o apoio dos movimentos #EstamosJuntos e #Somos70%, da União Nacional dos Estudantes (UNE), e da Frente Povo Sem Medo, e de lideranças do PCdoB. E de artistas e músicos como Gilberto Gil, Tereza Cristina e Xangai, Stepan Nercessian e João Jorge Rodrigues, presidente do grupo Olodum.
Na live, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu a abertura de processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, por meio de pressão popular, já que o seu governo segue a “marcha autoritária”.
“Nós todos precisamos ampliar o movimento Janelas Pela Democracia, para agregar os mais diversos espectros de forças políticas, sociais e populares, para que façamos com que o presidente da Câmara dos Deputados reaja e abra o processo de impeachment dentre as dezenas de pedidos que estão sobre sua mesa. O senhor Rodrigo Maia não tem o direito de não responder aos pedidos que estão sob sua guarda”, afirmou.
Importância do Supremo
Siqueira reconheceu a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e de seus “membros corajosos” que têm tomado “decisões que asseguram ao povo brasileiro o cumprimento da Constituição Federal”. Para ele, “isso tem sido importante para que a democracia brasileira não degringole completamente, mas insuficiente”.
O presidente socialista defendeu uma reação do Congresso Nacional com a “mesma coragem” do Supremo Tribunal.
“É importante que o Congresso Nacional reaja, que defenda suas prerrogativas, que tenha a mesma coragem que tem o Supremo, para que possamos ampliar o movimento e ganhar as mentes e os corações dos cidadãos para a luta pela democracia, contra o retrocesso e o autoritarismo desse governo que, além dos crimes de responsabilidade cometidos, não apresenta solução nenhuma para os grandes problemas nacionais”, disse.
Segundo Siqueira, a abertura de um processo de impeachment depende de pressão da sociedade, que está no seu direito de exigir.
“Isso é um direito da população brasileira, que esta luta civilizada, legal, constitucional pelo impeachment tenha um passo à frente contra a barbárie que significa este governo”, sustentou.
União contra ditadura
O líder do PSB na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (RJ) disse que o país vive o momento mais difícil das últimas décadas com as frequentes investidas do presidente da República contra a Constituição e contra a democracia. Para Molon, Bolsonaro usa de estratégia para estimular o ódio e a intolerância a fim de dividir os brasileiros para que “sejam facilmente dominados por ele”.
O socialista declarou que essa é a hora de união de todos os democratas para impedir a instalação de uma ditadura no país. “Vamos deixar as vaidades de lado, os projetos eleitorais de lado. É hora de termos grandeza e de juntarmos todas as pessoas que tem compromisso com a democracia no Brasil”, afirmou.
Direito à liberdade
O ex-governador de São Paulo Márcio França disse que a maior conquista de todo ser humano é “o direito à liberdade”, justamente por isso, “não é possível conviver sob o comando de quem não acredita nisso”, afirmou, ao pedir o impeachment de Bolsonaro.
Desprezo à ciência e tecnologia
O ex-ministro de Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende criticou o governo Bolsonaro por desprezar a ciência e a tecnologia.
“A forma de enfrentar uma pandemia desconhecida é com conhecimento. Esse governo despreza a ciência. E desprezando a ciência nós não estamos só apenas prejudicando o presente, mas, principalmente, comprometendo o futuro do Brasil”, disse.
“A cultura e a ciência são fundamentais para o desenvolvimento do Brasil. Mas essas áreas têm sido tratadas como inimigas pelo governo Bolsonaro”, avaliou o sociólogo César Callegari.
Citando alguns retrocessos do governo na área, como a intervenção nas universidades e a ameaça do fim do Fundeb, Callegari ressaltou que é necessário defender a educação, a ciência, a tecnologia e a cultura porque “são os caminhos que podem levar o Brasil a um desenvolvimento com democracia, e com justiça social”.
Participam também Ciro Gomes e Marina Silva, o ex-senador Cristovam Buarque (Cidadania), o cineasta Zelito Viana, os senadores Randolfe Rodrigues (Rede) e Eliziane Gama (Cidadania), os jornalistas Juca Kfouri e Fernando Gabeira, a vice-governadora de Pernambuco Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB, e a líder da bancada do PCdoB na Câmara, Perpétua Almeida, além dos presidentes dos partidos políticos e ativistas sociais.
O Janelas pela Democracia – Impeachment Já é um movimento plural que reúne instituições e personalidades da sociedade civil para ampliar e consolidar o apoio aos mais de 35 requerimentos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro que tramitam no Congresso Nacional, entre eles, o apresentado pelo PSB.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional