O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), participou na tarde desta sexta-feira (22) da quinta webconferência do ciclo “Diálogos, vida e democracia”, do Observatório da Democracia.
Com o tema “Congresso, momento e opções políticas”, Molon discorreu sobre a atual situação vivida no país diante da “maior crise da saúde de nossa história” com os números de mortos e contaminados pelo novo coronavírus aumentando a cada dia.
“É o famoso governo do ‘e daí?’. Ele acha que a vida das pessoas não importa, só se preocupa com os números da economia, trata o coronavírus com desdém, atua apenas para proteger sua família, tenta interferir nas instituições cometendo crimes como obstrução de justiça, ignora a ciência e é contra o distanciamento social. E assim o Brasil avança a passos largos para uma catástrofe humanitária”, lamenta Molon.
Para o socialista, é muito importante e sábio que a oposição tenha clareza sobre as suas prioridades diante de tudo isso e não pode cometer o mesmo erro de Bolsonaro em relação ao povo brasileiro, que é olhar para uma reeleição em 2022 prejudicando sua atuação eficiente no momento presente.
O enfrentamento da oposição tem sido feito de forma conjunta e unitária no Congresso Nacional, segundo Molon. Dessa forma, destacou os diversos pedidos de impeachment do presidente da Repúblicas nas últimas semanas, inclusive o do PSB.
Enquanto Bolsonaro não entende que quanto mais eficiente for o isolamento social, mais rápido a economia vai se recuperar, a oposição atua no Congresso na insistência de manter esta medida até que o pico da pandemia passe e o perigo da contaminação se dissipe. Enquanto o presidente da República tenta colocar vidas em risco ao incentivar as pessoas a voltar ao trabalho, a oposição tenta garantir recursos para que elas possam ficar em casa e não morram pelo coronavírus.
A respeito da atuação do PSB no enfrentamento ao desgaste econômico do país, Molon destacou a iniciativa do partido que preparou e apresentou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em março deste ano, um conjunto de 25 propostas para o enfrentamento à disseminação da Covid-19. As medidas foram sugeridas devido à ausência de um plano efetivo de curto prazo por parte do governo para proteger os empregos e a população mais vulnerável.
“As propostas do PSB contemplavam garantir que nenhum cidadão ficasse sem assistência médica, sem alimentos e produtos essenciais, que nenhuma empresa quebrasse por conta da pandemia e que enfrentássemos essa crise todos juntos como brasileiros para que saíssemos o mais rapidamente dela como um povo que soube se proteger. Fizemos isso porque somos oposição ao governo, não somos oposição ao Brasil”, explicou o líder do PSB.
Molon finalizou destacando que a luta do PSB e dos partidos de oposição tem sido e continuará sendo em defesa da vida das pessoas, da saúde pública, da economia brasileira e pelo impedimento de Bolsonaro. “Queremos que o impeachment avance o quanto antes porque amanhã pode ser tarde demais!”, bradou.
O Observatório da Democracia é um fórum que reúne oito fundações partidárias: João Mangabeira (PSB), Lauro Campos e Marielle Franco (PSOL), Leonel Brizola-Alberto Pasqualini (PDT), Maurício Grabois (PCdoB), da Ordem Social (PROS), Astrojildo Pereira (Cidadania), Claudio Campos (PPL) e Perseu Abramo (PT). A iniciativa busca monitorar e avaliar o governo Bolsonaro, estudar as políticas governamentais e denunciar retrocessos e ataques à democracia.
Também participaram da webconferência os líderes na Câmara Ênio Verri (PT), Wolney Queiroz (PDT), Fernanda Mechionna (PSOL) e Joênia Wapichana. A mediação foi feita por Perpétua Almeida, líder do PCdoB.