Mais de 180 bispos católicos estão reunidos desde o domingo (6) no Sínodo da Amazônia, assembleia especial que discute temas relacionados ao meio ambiente e propostas para o trabalho da Igreja Católica na região. Cientistas, nomes ligados à Organização das Nações Unidas (ONU), povos indígenas, representantes de ONGs e de igrejas evangélicas também participam do encontro, que ocorre até 27 de outubro, em Roma.
Uma missa de abertura foi celebrada no domingo (6) pelo papa Francisco com atenção voltada aos incêndios na floresta amazônica. Na primeira sessão, o pontífice reagiu contra “palavras ofensivas” em relação aos povos indígenas e rejeitou o que classificou como “colonizações ideológicas”.
“As ideologias são uma arma perigosa, são redutivas e nos levam ao exagero em nossa pretensão de entender intelectualmente, mas sem aceitar, entender sem admirar, entender sem assumir”, afirmou.
Em mais um gesto de deferência aos povos indígenas, o papa Francisco afirmou não ver diferenças entre as plumas usadas na cabeça por algumas dessas populações e os chapéus utilizados na liturgia católica.
“Fiquei triste ao ouvir, aqui mesmo, um comentário sarcástico sobre um homem devoto que levou ofertas com penas na cabeça. Digam-me: qual é a diferença entre ter penas na cabeça e o chapéu tricórnio usado por certos responsáveis em nossos dicastérios?”, questionou.
Em 2015, o pontífice a pediu perdão pelas ofensas e crimes cometidos pela Igreja Católica aos povos indígenas da América Latina durante a colonização do continente.
O sínodo será encerrado em 27 de outubro, com uma missa do papa Francisco na Basílica de São Pedro. O evento também marcará a canonização de Irmã Dulce. Os resultados do sínodo serão conhecidos após a exortação apostólica que será proferida pelo pontífice.
Com informações de agências