Manifestantes saíram novamente às ruas neste final de semana reforçando o coro pelo impeachment de Jair de Bolsonaro. As carreatas e bicicletaços também pedem maior agilidade na vacinação contra a Covid-19 e a manutenção do auxílio emergencial.
Segundo a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, que integram a organização dos movimentos pró-impeachment, quase 60 cidades em todo o país realizaram mobilizações ao longo deste domingo (31): Belém, Porto Velho, Maceió, Salvador, Fortaleza, São Luís, João Pessoa, Teresina, Natal, Aracaju, Campo Grande, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
Em Brasília, as carreatas se concentraram na Esplanada dos Ministérios na manhã de hoje. Artistas se reuniram no gramado em frente ao Congresso Nacional para realizar performances contra a atuação do presidente. Em um dos atos, duas mulheres derramaram leite condensando sobre os corpos em referência aos gastos milionários do governo federal com o produto e com outros alimentos.
Representando o PSB, militantes compareceram às manifestações pelo país fortalecendo o posicionamento pró-impeachment do partido que apresentou, com outros partidos de oposição, novo pedido de afastamento de Bolsonaro nesta quarta-feira (27). Outro pedido já havia sido apresentado em abril de 2020 apenas pelo PSB.
As carreatas foram convocadas por meio da hashtag #ForaBolsonaro. A participação neste sábado e domingo superou a presença de manifestantes os atos de uma semana atrás, sinal do aumento da insatisfação popular diante do descaso crescente com que o governo federal trata a crise sanitária vivida no país.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada em 22 de janeiro, 40% da população avaliam a atuação de Bolsonaro como ruim ou péssima, ante os 32% que assim o consideravam na sondagem feita no começo de dezembro.
Para o secretário nacional do Movimento Popular Socialista, Acilino Ribeiro, a carreata deste final de semana foi uma preparação para a grande mobilização marcada para o dia 21 de fevereiro, que contará com 1 milhão de veículos em todos os municípios do país. “Estamos mostrando a unidade da esquerda, dos movimentos sociais e de setores progressistas e democráticos, que lutam não só pelo impeachment de um presidente que não honra o cargo maior da República, ao contrário, atenta contra seu povo, contra os interesses do país e contra o Estado Democrático de Direito”, afirma Ribeiro, da organização dos atos.
Acilino Ribeiro ressalta que os protestos não reivindicam apenas o impedimento de Bolsonaro. “Estamos nas ruas, principalmente, para reivindicar o acesso à vacina contra Covid-19 para toda população e o retorno do pagamento do auxílio emergencial a milhões de trabalhadores que perderam seu emprego e sua renda nesta pandemia. Muitos estão passando fome. A prioridade deve ser dada a esses mais vulneráveis”, defende o socialista.
Stop Bolsonaro no mundo
Além dos protestos nacionais, o movimento ‘Stop Bolsonaro Mundial’ organiza, em sua 4ª edição neste domingo, carreatas e atos presenciais e virtuais contra o presidente em mais de 20 países simultaneamente. O ato é um reforço à pressão iniciada pelas carreatas pró-impeachment nas últimas semanas.
“É preciso entender que não é normal um governo simplesmente ignorar os problemas pertinentes ao país e à população, que governa apenas em prol de seus próprios interesses e de sua família de gangsteres”, diz mensagem de divulgação do evento. “É preciso dizer não à repressão e à necropolítica! Junte-se ao movimento! Bolsonaro, a milícia controlada por ele e seus capangas precisam ser parados!”
A organização do Stop Bolsonaro Mundial reúne ativistas de diversos partidos, líderes de movimentos sociais e de torcidas organizadas.