A resposta à grave crise que o Brasil vive passa obrigatoriamente por uma autocrítica das instituições políticas, especialmente da esquerda, para que o país possa formar uma frente ampla capaz de vencer a ameaça autoritária e o retrocesso social e econômico agravado com a ascenção da extrema-direita ao poder. É o que defendeu o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, durante a abertura do webinário internacional promovido pela Fundação João Mangabeira (FJM), na manhã desta quinta-feira (3).
O evento virtual reúne até esta sexta-feira (4), acadêmicos, especialistas, parlamentares, dirigentes de partidos políticos e representantes de organizações de 14 países para debater a crise da democracia na América Latina e as respostas que o campo progressista pode dar a ela. O evento é transmitido pelo Facebook, YouTube e Instagram da Fundação João Mangabeira, com tradução simultânea (espanhol – português) e versão em libras.
“É uma crise absolutamente profunda que o país vive, e nós temos que pensar porque ela se sucedeu. Porque o Brasil foi entregue a um deputado incompetente que venceu as eleições presidenciais, sendo ele defensor de ideiais neofascistas, primitivas e negacionistas à ciência”, afirmou Siqueira.
“Nós precisamos saber onde está a responsabilidade de cada uma das instituições políticas brasileiras, e particulamrente da esquerda brasileira, da qual nós fazemos parte. Temos a responsabilidade e a obrigação de fazer uma autocrítica para solucionar o problema. A situação não é tão simples”, declarou.
Siqueira fez uma ampla análise da trajetória da política brasileira na última década, desde os protestos de 2013, que culminaram no impeachment da presidente Dilma Roussef, passando pela ascenção do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro até as eleições municipais de 2020, que resultaram no fracasso dos candidatos apoiados pela extrema-direita, na vitória significativa dos partidos de centro-direita e no resultado pouco expressivo alcançado pela esquerda, fruto da desunião do campo progressita no pleito.
O socialista defendeu ainda a união das forças progressistas “para que não haja uma outra vitória das forças conservadoras”. Esse esforço deve ser feito junto aos movimentos sociais para que, chegando à presidência da República, a esquerda faça as várias reformas estruturais de que o país necessita, transformações essas que deveriam ter sido feitas quando ela esteve no poder com o Partido dos Trabalhadores, afirmou.
“Esse resultado eleitoral nos coloca na oportunidade de avançarmos na derrota da extrema-direita daqui a dois anos nas eleições presidenciais. Mas é preciso ter responsabilidade, é preciso refletir sobre os rumos que nos foram desfavoráveis, para que nós possamos somar forças com a esquerda e com quem mais for necessário, formamos inclusive uma frente ampla que possa derrotar o facismo que nos ameaça”, defendeu o presidente do PSB.
A abertura do evento teve ainda a participação do presidente da FJM, Ricardo Coutinho, e do secretário de Relações Internacionais do PSB, Alessandro Molon.
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Assessoria de Comunicação/PSB nacional